domingo, 26 de julho de 2009

Aula de 07/07





Neste encontro ocorreram as discussões em grupo acerca do texto da aula passada "Os problemas cognitivos envolvidos na construção da representação escrita da linguagem" e " A interpretação da escrita antes da leitura convencional" de Emília Ferreiro.


Antes de iniciar minhas reflexões em relação ao texto acho interessante informar que Emília Ferreiro apoiou-se na Teoria do Desenvolvimento, de Jean Piaget durante sua pesquisa a respeito da leitura e escrita.


Existem representações que precedem a escrita alfabética da linguagem, ou seja a criança nos dá indícios em sua escrita da hipótese de alfabetização em que ela se encontra. São elas: pré-silábica, silábica, silábica-alfabética e alfabética. Em cada hipótese, a criança elabora suposições a respeito dos processos de construção da leitura e escrita, baseando-se na compreensão que possui desses processos. Assim, o processo de assimilação dos conceitos é gradativa, o que não exclui indas e vindas entre o níveis. Seguem abaixo alguns exemplos deles para facilitar a compreensão.




HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA



A criança :




* usa letras do próprio nome ou letras e números numa mesma palavra;



* não estabelece vínculo entre a fala e a escrita;



* supõe que a escrita é outra forma de desenhar ou de representar coisas e desenhos , garatujas e rabiscos para escrever.




Hipótese Silábica



A criança:



* tenta dar valor sonoro às letras;



* começa a ter noção de relação entre a fala e a escrita, supondo que a escrita representa a fala;



* já supõe que a menor unidade da língua seja a sílaba;



* em frases pode escrever uma sílaba ou letra para representar a palavra.




Hipótese silábica-alfabética



A criança:



* compreende que a escrita representa a fala;



* pode combinar vogais e consoantes numa mesma palavra;



* começa a realizar a leitura termo a termo ( não global).




Hipótese Alfabética



A criança:




* conhece o valor sonoro de todas as letras ou quase todas;



* compreende o modo de construção do código de construçao da escrita;



* compreende a função social da escrita;



* pode ainda não separar todas as palavras nas frases;



* pode omitir letras ou acrescentar;



* não é ortográfica nem léxica.





Entende-se como alfabetizada a criança


que dominou a base alfabética do sistema


de escrita, que lê com compreensão e escreve


textos com sentido possíveis de serem lidos, mesmo


que apresentem erros de ortografia".



( Emília Ferreiro e Ana Teberosky, Psicogênese da Língua Escrita)











Um dos problemas que envolvem a construção da leitura e da escrita está na relação do todo e as partes que o constituem, pois os elementos gráficos só têm sentido, só podem ser lidos em sua totalidade.

Quando as crianças já dominam as variaçãoes das quantidades de grafias, consegue relacionar as partes com o todo, onde o todo é a escrita completa, com as letras ou grafemas equivalentes representando um dos elementos do conjunto.

No momento em que as crianças conseguem escrever o nome de um conjunto de objetos, podem ajustar o número de letras ao número de objetos.

A criança realiza este conflito porque já reconhece a escrita sendo composta por partes e pode ocorrer no momento em que ela realiza tentativas de leitura e escrita, sendo elas de palavras ou textos.

Inicialmente na leitura de um texto, os alunos supõem que a escrita está representando o nome do desenho. Um exemplo dessa situação aconteceu com minha aluna Jhennifer de 8 anos, cursando o segundo ano de escolaridade do ensino fundamental. Propus uma atividade em que as crianças escolhessem um dos livros de historinhas que levei emprestado da sala de leitura (não utilizei os do cantinho da leitura porque eles já conhecem as histórias, mesmo os que ainda não são alfabetizados). Em seguida comuniquei qual seria a proposta de trabalho, que conssistia em realizar a leitura da historinha identificando o assunto principal para relatar aos colegas durante a sua apresentação. A atividade foi um sucesso, pois mesmo os que apresentavam timidez foram capazes de falar para os colegas em relação à sua história, desenvolvendo assim, além da leitura, interpretação e oralidade, sua auto-estima. Quando chegou a vez da aluna citada anteriormente ela afirmou que sua historinha falava dos passarinhos, no entanto era sobre os sonhos de uma menininha. Ela se apropriou da idéia em relação aos pássaros porque eles estavão presentes na maioria das páginas do livro, supondo então como havia mencionado anteriormente que a escrita estava representando a figura. Os colegas que já conheciam o livro ameaçaram rir da situação, mas aproveitei para explicar que nem sempre a figura tem relação com a parte escrita (texto com o contexto), dando outro exemplo através do mural dos combinados da turma, onde o mesmo é ilustrado com desenhos do ursinho Puff, mas a parte escrita sequer tem o nome dele. Eles chegaram à conclusão que para saber o que realmente está representando a escrita é necessário realizar a leitura da mesma. Jheniffer desde então tem demonstrado mais interesse em relação a construção de sua alfabetização e faltado menos às aulas.














































































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